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Formatura do Fogo é marcada por forte emoção

“A farda é um símbolo de organização, padronização e disciplina. Representa o orgulho de fazer parte de uma instituição de ensino que é considerada uma das melhores do estado. Esse dia ficará marcado em nossas memórias e que seja sempre lembrado como início de aprendizagem, oportunidade e muita responsabilidade”. As palavras lidas pela aluna Valentina Paes Neves de Holanda, do 6º ano, ilustram o simbolismo da cerimônia de ‘Formatura do fogo’, realizada na noite desta segunda-feira, 14, pelo Colégio Policial Militar Feliciano Nunes Pires – Unidade Jerônimo Coelho (CFNP), de Laguna.
 

Assim como as cerimônias da corporação, a solenidade cumpriu ritos padrões da rotina militar, com os estudantes mantendo atenção e foco em seguir as orientações passadas pelos seus educadores ou pela ‘aluna do dia’. E, além de continuar a imersão dos alunos, acostumados com as escolas civis, no meio militar, a formatura marca o momento em que eles começam a usar formalmente a farda do CFNP, que replica o design usado pelos PMs no dia-a-dia.


 
Mais do que ser um uniforme, a farda traz responsabilidades a mais para o estudante. “É um sentimento inenarrável de ver todas estas crianças e adolescentes fardados aqui dentro do colégio. Ela tem significado especial, pois o universo militar é recheado de simbolismos, então, tudo o que tem dentro da rotina militar remete a símbolos, medalhas, formaturas. Representa a transformação do aluno, onde ele vai acabar tendo o sentimento de pertencimento ao colégio e se identificar com a instituição”, explica o diretor Peterson do Livramento, tenente-coronel da corporação. Em seu discurso, o oficial aproveitou para reforçar as tarefas que os 140 alunos, de 6º e 7º anos, vão ter daqui para frente com a farda. Entre elas: lustrar os sapatos, ajeitar a fivela, passar a farda e estar sempre impecáveis.

 

Acompanhada apenas por professores, autoridades civis e militares, e imprensa, a cerimônia também despertou emoções em quem assistia de longe e também por quem já passou por momentos semelhantes. Policial militar e professor de educação física, José Carlos Moreira Junior, 34 anos, soube descrever esse sentimento. “É gratificante ver que nosso trabalho está sendo reconhecido e valorizado. Como militar, ver os alunos usando a farda é, sem dúvida, emocionante”, afirma.
 

Leila Novaes Mendes tem apenas 12 anos e é uma das primeiras alunas que entraram para o colégio. Estudante do 7º ano, ela foi a ‘aluna do dia’, que fica responsável por ser a representante de todos os seus 139 colegas. “No início, eu até tinha ficado com bastante medo de ficar encarregada disso, mas depois vi a importância disso para o colégio e aceitei a missão”, comenta a jovem. “Foi uma correria para trocar os uniformes, mas valeu a pena”, diverte o aluno Henrique de Souza, 11, também da mesma turma.
 

A seleção para o colégio é feita por meio de edital e a renovação do quadro estudantil ocorre anualmente, com o ingresso de 70 alunas em duas turmas do sexto ano fundamental. Diferente das escolas tradicionais, o CFNP incorpora conteúdos e conceitos inerentes à rotina policial militar e tem na disciplina e respeito hierárquico, seus pilares de sustentação. “O ensino é ótimo, vale a pena; é de qualidade”, pontua Leila, que revela ter planos de seguir carreira no setor de investigação criminal.
 

Durante a cerimônia (veja relação abaixo), alguns alunos foram homenageados com as condecorações de Honra ao Mérito Intelectual, um reconhecimento pelas boas notas obtidas no trimestre.
 

Desde 1984, o Colégio Militar existe como instituição de ensino em Santa Catarina. Inicialmente restrito à capital do estado, o educandário foi ampliado e passou a estar presente em cidades como Blumenau e Lages. Laguna é uma das mais recentes, tendo a implantação sido efetivada em 2020, depois de longos seis anos de luta. Aluno da primeira turma da história da entidade no estado, o coronel Jefer Francisco Fernandes, 52, que participou das tratativas para a vinda do CFNP para Laguna, quando comandante da PM local, admite que sentiu a nostalgia tomar conta de si ao ver a cerimônia.

“Me vi [neles] e faria tudo de novo. Envergaria a farda, começaria do mesmo jeito, nas cadeiras do colégio, pensando no futuro e em ser alguém melhor. E eu vejo isso em cada um deles”, comenta. “Me emocionei. Fazia tempo que não ouvia a canção do Colégio Militar ser cantada por um corpo de mais de 140 alunos”, destaca o oficial, hoje comandante da 8ª Região de Polícia Militar de Tubarão.

Ele compara o sentimento e a emoção vividas pelos estudantes, à ansiedade que os policiais sentem pelo momento de vestirem oficialmente seus fardamentos de dia-a-dia, durante o processo de formação. “Daqui sairão professores, promotores, juízes, policiais, enfim. São pessoas que estamos colaborando para construção de um bom cidadão, que tem valores, princípios, ética e moral”, frisa.

 

*Texto adaptado do site Agora Laguna

🏛 CFNP - Unidade Laguna
“Educação, disciplina, futuro.”

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